We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Eu sou o tipo de pessoa que pode transformar tudo em sua casa

by Guilherme Kafé

/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      $5 USD  or more

     

1.
Bagagem 03:51
Sabe, amigo, às vezes a gente precisa parar E examinar A nossa bagagem De repente a gente se vê Pesado demais e é muito difícil Vira um sacrifício Seguir a viagem A gente precisa botar a sacola no chão E olhar bem tranquilo pra tudo aquilo Que tava carregando Porque se ocê segue assim sem parar E não olha pra dentro Ocê vai guardando Pesando, pesando Guardando a bagunça de algo ou alguém Que ficou para trás E não volta mais Vai virar outra coisa E que bom que as coisas vão se transformando com tempo Senão ia ser tudo tão previsível, tão chato No nosso trajeto Eu cheguei num ponto que não mais me reconhecia Os amigos qu’eu via tavam me perguntando Por que tá tão tristinho? Então percebi que chegou o momento de me dar um tempo Poder separar direitinho o joio do trigo E seguir meu caminho Isso aqui não é meu Isso aqui, também Isso aqui, pode ser Esse ressentimento perdeu validade, não carrego mais Isso aqui é meu, sim Isso aqui, talvez Isso aqui, eu não sei Tava todo empoeirado guardado no fundo, quanto tempo faz?
2.
Tem Dor 03:53
Tem dor que corre atrás da gente Tem dor que a gente vai atrás Tem dor que é um pouco ausente Não manda flores, nem chama pra jantar E num piscar de olhos Tá deitada na tua cama Nua, linda e louca Querendo algo mais Tem dor que (parece que) brota do sofá Quando tu percebe a mazela A bichinha tá assaltando a geladeira No intervalo da novela Tem dor que vem de mansinho Como um bichinho no portão Que vem pedir comida E ganha teu coração Tem dor que corre atrás da gente Tem dor que a gente vai atrás Às vezes a dor seduz Lhe chama pra dançar Arrocha o teu peito E não quer mais largar Mas às vezes, é tu que abre a porta Faz a cama, dá toalha E arruma escova nova E insiste pra ficar Por mais que se esforce Pra não apegar Tem dor que corre atrás da gente Tem dor que a gente vai atrás
3.
Muitas Casas 04:24
Eu sou o tipo de pessoa Que pode transformar tudo em sua casa Qualquer coisa E qualquer lugar Pode ser a minha casa (Eu já tive muitas casas) Um butequinho fulêro No Largo da Batata (Osasco) O sofá da casa de um amigo meu Até uma cadeira E uma prateleira Foram minha casa por um tempo Metrópoles barulhentas E uma praia bem sem graça E é bem comum fazer de alguém a minha casa (O que é um problemão!) Hoje eu tava indo Pra uma das minhas casas E eu senti falta de uma outra E pensei nas muitas casas Que ainda esperam por mim
4.
Xote Chato 02:59
fiz um xote chato que chateia acho que foi a intenção de agradar fiz um xote chato que pentelha mais do que abelha no seu café tô percebendo que assim num vai dar pé fiz uma melodia bem pentelha mais grudenta que essa minha tou pra ver quem vai inventar peguei uns motivo bem gratuito uns versinho ritmado pra melhor cadenciar porém eu sei que não é muito uma razão que certamente ocêis vão ver num vai dar fruto mas se eu lhes conto o intuito (ai ai) ocêis vão se admirar fiz um xote chato (pra chuchu) fiz um xote chato (pra xaxar) fiz um xote besta mei sem pé, mei sem cabeça só pra vê o povo dançar (e xaxar) fiz um xote chato (pra chuchu) fiz um xote chato (pra xaxar) fiz um xote besta mei sem pé, mei sem cabeça um xote bem abobalhado só pra vê o povo dançar
5.
Da janela do ônibus eu vejo Quase que durante todo o percurso Fora as horas que a gente passa pelas quebradas Tem um monte de casa remendada Tapando a visão Daí o trajeto vai ficando mais feio o Pico lá em destaque e eu lembro no meio Que três e oitenta é caro pra chuchu Não tem Corcovado, nem Redentor Guanabara... é o meu bairro que alagou Olho pras antenas de rádio difusor E me sinto feliz Lá é mais chique que Paris Com o Pico do Jaraguá (Pico do Jaraguá)
6.
Querência 03:54
Hoje moro na ausência Vivo longe Meio indefinido Indefino o meu lugar De pertença Passos soltos sem cadência Não há ritmo, nem pasto Onde passo faz-se ar Hora suspensa Ruminando desavenças Desavenças entre mim E o meu regaço Que é de onde mais me afasto Não por ter certo desgosto Mas porque o mês de agosto Me dá ânsia e persistência De seguir o inalcançável A querência é até O lugar que não mais se quer
7.
Hoje eu comentei com ela: — Vamos fazer o seguinte Em relação a eu e você Vou te deixar dar o próximo passo Já falei tudo qu’eu tinha pra te falar Eu já me declarei E dei passos extremamente perigosos Andei beirando um abismo Agora você dá os passos na minha direção Quando você se sentir preparada Pra receber o que eu tenho pra te dar
8.
Cafuné 03:18
boto o gato no colo e você tá tão longe o desejo do tato que nunca se esconde e à carícia saudosa só o bicho responde o que eu queria era ter alguma fé mas o qu'eu queria mesmo era o tempo dando ré e achar que essa bossa inda dá pé olha, quem sabe um dia desses eu te ligo e com coragem cafonices eu te digo pra te fazer um cafuné no teu ouvido
9.
Vou jogar na prateleira E ficará lá À distância de um braço Um dia ou meses Com livros e vontades, pegando pó Na próxima arrumação Vai para o fundo da gaveta Fazer companhia pros meus desenganos Esperando Até quando, eu não sei Numa caixa de papelão Em cima do armário Mal não ficaria Com uma porção de mimos Mimimis e mumunhas Fofocando, envelhecendo Se eu tivesse um baú Talvez colocasse lá Mas talvez O seu lugar É mesmo o porão No escombro No entulho (Meu bem)
10.
De todos os males que vieram de Portugal Excluindo-se aqui a evidente e canalha exploração O pior de todos, sem dúvidas É a palavra “saudade” Ah, saudade! Ah, saudade! Um sentimento aldrabão Ah, saudade! Ah, saudade! Que maldade! Herança malquista, dívida póstuma Tivessem eles jamais pisado no Brasil Felizes, chamaríamos uma falta doída de indigestão E os nossos mais belos poemas Seriam aqueles que estudassem O comportamento estranho do intestino Quando longe do lugar Ou da pessoa amada Ah, saudade! Ah, saudade! Um sentimento aldrabão Ah, saudade! Ah, saudade! Que maldade! Desde que eu parti, há movimentos estranhos Contínuos e cíclicos dentro de mim Sentir falta do que eu tinha me ocupa todo o tempo E faz do meu próprio corpo toda uma indigesta esfinge

credits

released May 17, 2019

Direção e Produção Musical Guilherme Kafé
Co-produção Musical Klaus Sena, Kiko Woiski e Gabriel Draetta
Direção de Voz Maurício Tagliari

Gravado no​ Estúdio Índigo Azul​ de Nov/2016 a Ago/2018.
Vozes gravadas nos estúdios Yb Music em Nov/2017, Jul e Ago/2018.

Captação e Mixagem Klaus Sena
Masterização Carlos (Cacá) Lima

Selo Yb Music / Índigo Azul
A&R Maurício Tagliari
Label Manager Benoni Hubmaier
Produção Lepick Produções
Produção Fonográfica Ana Carol Azeredo

Fotos Analice Diniz
Arte Revista Comando / Frederico Heer e Guilherme Boso
Impressão VAZ - Arte aplicada

Dedico esse disco à minha família. Ira, Moa e Ju, obrigado pela convivência diária e por serem minha primeira e aconchegante casa. Esse disco é para vocês.
E um agradecimento especial ao André Sanches de Abreu, que, apesar de não participar da ficha técnica, está muito presente nesse disco.

Músicos
André Bachur
Daniel Grajew
Ed Woiski
Gabriel Draetta
Henrique Gomide
Igor Caracas
João Leão
Kiko Woiski
Maurício Pereira
Vitor Mendes
Túlio Bias

license

all rights reserved

tags

about

Guilherme Kafé São Paulo, Brazil

Singer-songwriter and multi-instrumentalist from SP outskirts. Participates of a new scene of songwriters in São Paulo, Brazil.
-
É um cancionista e multi-instrumentista osasquense.
Participante ativo de uma nova cena da canção autoral em São Paulo.
... more

contact / help

Contact Guilherme Kafé

Streaming and
Download help

Report this album or account